sábado, 3 de julho de 2010

Até breve, Maradona

Vi com uma grande tristeza a Argentina ser dominada pela Alemanha, não queria acreditar nisso. Tudo bem, ambas seleções têm um futebol bonito de ver, alegre e que, ao contrário de muitas, busca o gol.

Não vou negar, tão pouco virar a casaca: desde o começo da Copa torci pela Argentina, traí a Squadra pela primeira vez na vida. Acho que o tempo faz isso com as pessoas...a gente vai ficando mais seletivo com o avançar da idade, e eu cansei daquele futebol sem sal da Itália (afinal só jogou 20min do último jogo, né?).

Mas a Argentina, não. Veio alegre e jogando bonito. Além disso veio unida, Messi não marcou, ok, mas todos os gols dos hermanos tiveram a participação dele.

Por falta do que criticar, os brasileiros decidiram cruxificar Maradona. O controvertido técnico não teve sossego, tudo o que fazia era motivo de ironias e crítica por grande parte da imprensa canarinho.

Qual o problema de Maradona criticar Pelé? Eu mesmo não sou fã do "rei do futebol" acho que Garrincha merece muito mais essa alcunha. Mas assim como Maradona, Garrincha não é considerado um exemplo de pessoa, quando avaliam a sua vida pessoal.

As vezes me pergunto: será que aqueles que julgam, são assim tão imaculados? Ou ainda, será que com uma bola no pé, superariam qualquer jogador de futebol? É como diz o velho ditado: macaco senta no rabo, e fala do dos outros.

Pouco me importa o que Maradona fez ou faz fora do estádio, quem sou eu para julgar alguém? Eu também tenho defeitos, e até hoje não conheci ninguém que não os tenha.

Eu gosto de Maradona pelo seu futebol. Sempre torci pela Argentina, quando essa não enfrentou a Itália. Sofri com a derrota para essa mesma Alemanha, em 1990. E sofri hoje também.

Queria muito ir pra Buenos Aires ao final da Copa, ver a festa que fariam para celebrar o título depois de 24 anos. Ver a 9 de Julho tomada pela multidão alegre. Não foi dessa vez, fica para a próxima.

Agradeço a Maradona por tudo o que fez no futebol. Agradeço por nos mostrar uma Argentina unida na alegria e na tristeza, duvido que vão eleger um judas e malha-lo como se fosse quarta-feira de cinzas. Assim como duvido que a Argentina escolha um vôo com chegada na calada da noite em Buenos Aires.

Por fim agradeço aos meus pais, afinal eles me ensinaram a respeitar nossas diferenças com os hermanos, assim como a gostar da nossa vizinha.

Até breve Maradona, espero te ver em 2014.

Nenhum comentário:

Postar um comentário